sábado, 6 de fevereiro de 2016

datado quatorze de julho

"são seis e dez da manhã. acho que ouvi o carro do vizinho saindo. tá tocando aquele instrumental e eu tava pesquisando meu céu do horóscopo, ou algo assim. mas desisti. não entendo nada dessas coisas de alguém entender mais de mim do que eu. 
eu tô tão triste. de tristeza cinza.
parece que nada mais cabe em mim. nem minhas roupas, nem o presente, nem o que sinto quando toca esse instrumental. senti tanto sua falta duas horas atrás. é que você sempre surge nesse horário. e é só te ver pra tocar esse instrumental. ou só achar que te vi. na festa junina, no protesto estudantil, na porta da zara. é só te ver em alguém e arcade fire começa a rir no meu ouvido. essa sua cara comum. e rara. de beleza transcendental. eu falo seu nome com uma calma tântrica que preenche a sala. porque devo te querer assim, calma.
há quanto tempo preciso te escrever uma carta, um bilhete, uma anotação num post-it que comporte meu".

te achei num bolsinho da carteira. devo ter escrito isso bêbada de sono. porque nunca fui na zara. mas sempre te vi em outras pessoas.
não sei como termina aquela sentença. não escrevi.
o instrumental ainda toca.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. toda vez que eu volto aqui lembro de quando te li pela primeira vez e tive certeza que te queria na minha vida. cê me encantou aquele dia. nunca mais parou.
    um dia vou escrever alguma história incompleta em sua homenagem.

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  3. eu queria tanto conhecer você e poder te abraçar e dizer o tanto que você é importante e o quanto sua escrita mudou minha vida nesses quase quatro anos.
    muito obrigada :')

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  4. Desculpa, me ensina a ser você? Tu tem a lua em escorpião, né? ou será vênus em câncer? quiron em escorpio? Me lambe. Que lindume

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