sigo
carregando sentidos impregnados de coisas velhas, conservadas.
frustrações
e falhas,
boas
memórias e ocos.
existem
inúmeros armários enferrujados inseridos no meu olfato,
ou
tato,
que
guardam recordações de cheiros, texturas, torturas.
me
martirizo com o passado tanto e de forma tão profunda que
em
algumas feridas, mesmo que já cicatrizadas, não mais nascem flores.
partes
que permanecem mortas ad infinitum.
uma
série de fatores fatais que percorrem e corroem os espaços ainda
vivos.
é
essa, acredito, a decomposição humana.
mantenho
enclausurado, desbotado e forte como um touro, o núcleo principal
de
válvula e prisão.
ainda
imploro por uma rota de fuga.
o
relógio gira na mesma lentidão e eu sou triturada juntamente com as
horas que passam.
nada
produz mais agonia do que esperar, esperar e esperar.
nada
produz mais agonia do que esperar isto que não sei o que é.
quem
me vê sempre franzida desacredita do ser temeroso entre a pele.
sinto
vagões de medo.
a
fragilidade reside, resiste. afinal, meu cérebro é um batalhão
auto-defensivo e desgraçado,
mas
meu coração sempre foi o rastro solitário
e
singular
de
um tiro.
Sempre tão surpreendente, yas. Toda vez que leio um texto seu é a mesma coisa que sentir fragrâncias diferentes. É impressionante porque eu me vejo na maioria deles. e a maioria é bem grande...
ResponderExcluirParabéns e obrigado por compartilhar.
Nunca é uma perca de tempo ler coisas suas. Nunca.
o suicídio é a falta ou o excesso de coragem? jn
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