sexta-feira, 13 de setembro de 2013

mas, ei, só me acho em ti

nas piores horas de todos os dias o diabo me assola com a incógnita perdurativa sobre o que fiz comigo mesma.
cada passo e cada retrocesso são incertezas. o que sinto é um horizonte de pessoas distintas dentro de mim. uma legião. operários da mesma fábrica. combatentes de guerra que perderam membros na última derrota. um ciclo ocioso com enésimas partes. inúmeros eus. todos
- todos -
sem rumo. nem a indústria farmacêutica dá jeito. nem o banco central. nem raul, nem raul.
os sábados à noite ou o entardecer de domingo só acentuam a presença do nada. "no fundo, no fundo, tudo é insignificante", mas nós vivemos no raso. eu, você e a multidão correndo do ragnarök. ninguém quer conhecer a parte compressora do mar.
permaneço boiando no esgoto, como um corpo em meio ao cinza.
a falta de cores e o arco-íris que nunca vêm não proliferam dor. depois de um tempo, um certo tempo, você vê a solidão como um abraço frio e
bom.

pra quem se perde, a única válvula de escape é
também
a causa do sufoco.

eu sei, me perdi.

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