quando chegar outubro
vai fazer um ano
que eu olho com saudade pro seu fuzz
e com ingenuidade, ah,
ingenuidade
de não conhecer seus pés indo e vindo
no ritmo de nós.
e aí
quando entrar outubro
vão faltar uns três meses
pra eu discar o número que tá anotado naquele guardanapo
lá do bar atrás da rodoviária,
o número que dá pra sentir você
do outro lado da linha
respirando cansado.
na hora que você atender
é claro que eu vou lembrar
desse um ano
e uns quebrados
de espera.
ô, meu deus, um ano
só pra te dizer
meu bem, tô no metrô
vem
e levar um bolo azul que nunca fiz
mas que pra você
eu faço
e rio.
ya
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