todas
as coisas estão fadadas à alteração da matéria e eu suportei sua
metamorfose dentro
do
meu mais íntimo
grito
de socorro.
de
nó para a borboleta que tenho receio tocar.
cada
parte que se dissolvia era um espaço a mais
para
um comprimido
ou
um trago.
as
dores lancinantes se transformaram em algumas cicatrizes
meio
à outras cicatrizes que eu nem sequer recordo
como
foram parar ali.
o
ser humano é um degradê de feridas e esperanças, vê?
me
submeti à inconstância dos seus cinzas
e
foi a pior viagem
com
a melhor companhia
que
eu jamais tive.
te
descobrir me devastou, este é o capítulo sem título do livro
embaixo da cama.
o
terremoto,
a
carta-branca,
o
“não se mate",
o
xeque-mate,
é
improvável que a gente se esbarre
vinte
ou quinze anos à frente
e
tome meio copo de amargues admirando quanto poderíamos ter vivido
juntos.
é
improvável que a gente viva alguns vinte ou quinze anos à frente.
é
mais provável acreditar que, certamente, eu descobrirei que não te
amo
tanto
como penso e que você se tornará uma das cicatrizes
que
eu não lembro
como
consegui.
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