quinta-feira, 7 de março de 2013

O monstro que nós criamos não é mais nosso.

Todos os tiros que ouvi foram meus contra os pés que me acompanham. Às vezes por culpa, às vezes por mera diversão. Não tenho dó do seu choro, muito menos quando o provoco. A ideia de te ver rogando pecados através da dor do meu sumiço é formidável. Sou realmente quem você não acredita que exista em mim. Acho que te odeio muito mais do que amo e ninguém vai me culpar por isso, nem você. 
Tenho conhecimento que consigo ferir até os pólos mais congelados do seu espirito esperançoso e é justamente por isso que me mantenho remota. Não faço ideia de onde enfiei minha vontade de assinar nosso amor no céu, mas já faz algum tempo que não a vejo. Aliviante. Você não sabe o quanto é mais fácil conviver com o ódio do que com a ausência dos seus beijos. Talvez minha escolha de te manter longe, mesmo que perto, continue em pé porque os pilares da mesma são todos os planos que fizemos para nós.
Você é o que há de mais velho em mim. Whisky vinte anos.
Encontrei inúmeros caminhos diferentes após esquecer seu nome e andei por todos, ainda ando. Lembro do som da sua voz ensanguentada de lágrimas me pedindo para não colocar em prática o plano de voar. Aprendi a chorar menos desde então.
Suas mãos representam o descanso que eu não quero. A inconformidade sumiu, você sabe o que isso significa.
Se um bom filho à casa retorna, só posso te escrever.
Entre estradas bonitas e abandonadas consegui chegar ao apogeu, apesar de que seus olhos o tenham como fracasso. Assim, fica aqui, marcado a ferro e fogo, meu legado à sua agonia.
Perdão, me perdi.


Yasmin

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