Tenho tentado matar sua voz que canta rebeldia, talvez consiga. Mas, antes, me deixa te tirar para dançar no meio da rua escura das ruas escuras que você não frequenta. Nega, faz meu rosto avermelhar-se com medo de ultrapassar as barreiras da sua curta limiar de irritação, como da última vez. Ri do meu constrangimento em ter te encontrado e mexido mais do que deveria nisso.
Aí dança comigo.
Meu pés, há muito, possuem desejo de se divertir com os seus. Sei da sua bagagem. Não o suficiente para gostar do seu abraço, mas o bastante para que minhas mãos queiram deslizar na sua nuca enquanto nossos corpos balançam no mesmo ritmo desritmado. Só preu poder sorrir, depois, lembrando das suas feições desajeitadas e envergonhadas, como um rei no cargo de servo, o motorista no banco de trás.
Foi em um dos meus desvarios esvairados que decidi aniquilar todas as possibilidades de visitas suas em mim e, junto delas, o perigo de que eu realmente me esconda em você e acabe pisando em falso, fazendo com que o campo minado vá pelos ares comigo, junto da minha sanidade. Decidi que preciso matar você, e decidi também que posso o fazer sussurrando no seu ouvido o que seus tímpanos jamais gostariam de ouvir, ao dançarmos.
Folk rock.
Segura minha cintura, não hesita a morte, baby. Correr dela é como correr para ela.
Sinto saudade de tudo seu que não conheço e nunca irei conhecer.
É só seguir meus passos, te ensino. Para lá, para cá. O paraíso é por ali, vá. Se algum dia quiser me levar, volto toda semana para repor suas flores.
(Yasmin)
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