terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Entre quarta e sexta há horário vago.

Vi todos os filmes que poderia ter visto para aumentar minha solidão, andei todos os quilômetros que poderia ter andando para aumentar minha vontade de te encontrar.
Desisti.
Um dia, peguei um ônibus com as pálpebras pesadas e vazias, desci no parque e te encontrei.
Nunca havia te notado até ouvir a sua voz, aí ouvi. Ouvi seu toque também, seu bafo alcoolizado e seu desprezo, ouvi todos os sinais que você me deu, ouvi você não me ouvir. Cantei todos os dias “quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu?” com angustia por ter sido invadida.
Talvez você tenha aparecido porque minha escrita era seca e agora chora, eu também. Desculpe-me por não conseguir te trazer para a minha casa, ela é além da sua zona de conforto. Acredite, ainda me culpo pela infeliz ideia de gostar do seu caráter, logo o seu, e me culpo mais por ser a perturbada que vê beleza em você pós seu gosto musical e que é convencida da sensatez disso.
I'm sorry, i'm not what you wanted. But i'm only human and both you and I will know the way that this will end. 
Se pudesse, jamais diria isso, é um fardo. Mas, volte, em uma tarde normal, no meio da semana, num horário comercial monótono e desesperançoso. Ainda não fomos domados.

(Yasmin)

Nenhum comentário:

Postar um comentário