quarta-feira, 27 de novembro de 2013

moans

cansada demais para escrever, para fugir, para pensar em outras enésimas formas desprezíveis que você provavelmente me olhou
eu sou a mesma que se martiriza com os seus gritos
ha
haha
a mesma filha da puta que te teve e não soube para onde correr
a mesma
e você jamais me reconheceria
por aí, no meio da rua da cidade de cinzas, jamais associaria meu nome aos meus olhos porque eles se tornaram um extenso mar morto.
as lembranças e as suas palavras, a fome, o desespero e os sonhos ruins só cooperam para que o mar morto esteja sempre e cada vez mais morto
e eu afogo meus sonhos nele, junto com o meu eterno carinho pelos seus joelhos
afogo minha vontade de rir e de olhar o mundo
me afogo
no outra manhã, permaneço aqui
um dia me perguntei
se você soubesse das incessantes vezes que adormeci com medo de aceitar que nós dois nos resumimos em nunca mais, se você soubesse, voltaria prum último abraço?
hoje eu sei que
não
irrevogavelmente, não.


cansada demais para destruir todas as provas de que você veio
cansada demais para ser alguém melhor do que quem você deixou

a mesma

2 comentários: