cansada
demais para escrever, para fugir, para pensar em outras enésimas
formas desprezíveis que você provavelmente me olhou
eu
sou a mesma que se martiriza com os seus gritos
ha
haha
a
mesma filha da puta que te teve e não soube para onde correr
a
mesma
e
você jamais me reconheceria
por
aí, no meio da rua da cidade de cinzas, jamais associaria meu nome
aos meus olhos porque eles se tornaram um extenso mar morto.
as
lembranças e as suas palavras, a fome, o desespero e os sonhos ruins
só cooperam para que o mar morto esteja sempre e cada vez mais morto
e
eu afogo meus sonhos nele, junto com o meu eterno carinho pelos seus
joelhos
afogo
minha vontade de rir e de olhar o mundo
me
afogo
no
outra manhã, permaneço aqui
um
dia me perguntei
se
você soubesse das incessantes vezes que adormeci com medo de aceitar
que nós dois nos resumimos em nunca mais, se você soubesse,
voltaria prum último abraço?
hoje
eu sei que
não
irrevogavelmente,
não.
cansada
demais para destruir todas as provas de que você veio
cansada
demais para ser alguém melhor do que quem você deixou
a
mesma
Magnífico Yasmin, magnífico.
ResponderExcluirObviamente, sem palavras. Esse texto só podia mesmo, ser seu.
ResponderExcluir